inflacionados, levaram-nos a seguir o conselho do meu irmão e optar pelo Sri Lanka. Uma vez que esta seria a minha quinta vez na Ásia, a expectativa não era propriamente elevada, apesar das maravilhas que havia lido no Lonely Planet. Paisagens de cortar a respiração, sítios arqueológicos classificados como Património da Humanidade, a mais bela linha de comboio do mundo, praias paradisíacas, uma gastronomia de topo, estes eram os ingredientes que a antiga ilha de Ceilão, também apelidada, por Luiz de Camões, como “Taprobana”, prometia. As duas semanas que tínhamos de férias não nos permitiriam ver o país inteiro, pelo que optámos por deixar a zona de Jaffna, no Norte do país, berço da guerrilha dos tigres tamil, fora do plano de viagem. Assim, seleccionámos o seguinte circuito:
Dia 1 – Colombo: A Capital do Sri Lanka, e apesar de manter a “graça” típica de uma antiga cidade colonial, não é propriamente o mais belo local do mundo inteiro, e, na minha modesta opinião, num dia está vista. Foi exactamente o que fizemos. Aterrámos perto da hora de jantar, dormimos a primeira noite em Colombo por uma questão de adaptação ao fuso horário e ao clima, e partimos, no final do dia seguinte, para Dambulla. Uma vez que não tínhamos muito tempo, optámos por seguir o conselho do Lonely Planet e visitar os principais vestígios da ocupação holandesa, como o Old Dutch Hospital e o Dutch Museum. Almoçámos, calmamente, no “T-Longe by Dilmah”, onde tivemos oportunidade de provar o “finest” chá de Ceilão, fizemos umas comprinhas na “Barefoot”, loja de artesanato tão maravilhosa que terá direito a um post, e, no final do dia, partimos, de autocarro, para Dambulla, no centro-Norte do país.
Dias 2 a 5 – Dambulla, e o “Golden Triangle”: É impensável passar pelo Sri Lanka sem incluir, no itinerário, as espectaculares “Ancient Citys” do centro-Norte do país, que são, também, sítios classificados como Património da Humanidade. A forma mais fácil, e rápida, de as visitar, é ficar, durante três dias, em Dambulla, por ser o ponto mais central e possuir os melhores acessos. Um dia é suficiente para percorrer as Dambulla Caves, complexo de templos escavados na rocha, com quase dois mil anos, que incluem pinturas murais e estátuas antiquíssimas de Buda, e Sigiriya. Antiga capital do Sri Lanka, é considerado o mais espectacular sitio arqueológico do país, já que as construções foram edificadas há dois mil e quinhentos anos, no topo de um afloramento com 340 m de altura, sem acessos naturais. Já Anuradhapura, complexo sagrado de palácios e templos budistas com quase dois milénios, merece, no mínimo, um dia completo. Dada a distância entre as inúmeras ruínas que compõem o sítio, optámos por alugar uma scooter, e foi o melhor que fizemos. Para além de ser uma aventura dentro da própria aventura, já que os cingaleses conduzem de uma forma muito sui generis, permitiu-nos agilizar a visita, e percorrer o complexo num dia, sem grande esforço físico, o que é super importante debaixo de um calor de 32º C. Infelizmente, porque fizemos mal os cálculos e guardámos um dia para as Dambulla Caves e outro para Sigiriya, ao invés de os visitarmos no mesmo, não tivemos tempo de ir a Polonnaruwa, a ultima das antigas capitais do Sri Lanka. No entanto, já está na lista de locais a percorrer numa próxima viagem.
(Sigiriya)
Dias 6 a 10: Kandy, Rafting na “White Water”, e subida às montanhas do chá. Imodéstia à parte, mas o nosso plano de viagem foi bem pensado: Após quatro dias no centro-Norte do Sri Lanka, para visitar as “Ancient Citys”, optámos por subir às famosas montanhas do chá. Em Kandy, tivemos a sorte de ficar alojados numa Guest House maravilhosa, onde fomos recebidos como membros da família. Para além de uma visita guiada a esta lindíssima cidade, levaram-nos a assistir às danças tradicionais e a visitar a Millenium Elephant Fundation. Tendo por missão o resgate dos elefantes mal tratados pelos templos, a fundação permite-nos, de forma responsável, interagir com estes maravilhosos paquidermes, numa experiência para a vida. Ainda houve tempo para visitarmos o exterior do “Temple of The Tooth”, guardião de um dente de Buda, mas cuja entrada (cerca de dez euros por pessoa), nos pareceu demasiado cara, pelo que nos limitámos à zona dos jardins. Em seguida, rumámos, de autocarro publico, a Kitugalla, para uma experiência inesquecível: Dormir na “Rain Florest” e fazer rafting no idílico cenário do filme de 1957: “A ponte do Rio Kwai”. Nwara Ellya foi a nossa terceira paragem na região do chá. Apelidada de “Little England”, pela forte presença colonial inglesa, foi um dos mais belos locais que tivemos oportunidade de percorrer em todo o país. Iniciámos a visita com o
chá das cinco, num dos mais luxuosos hotéis da cidade: O “Grand Hotel”. Por oito euros, tivemos direito não só a chá preto, mas, também, a um maravilhoso cestinho de bolos, salgados e sushi. O nosso aspecto não devia estar lá grande coisa, porque o empregado foi ligeirinho em apresentar a conta. Mas, à boa maneira tuga, pedimos mais chá, e só saímos quando nos apeteceu. No dia seguinte, subimos, pelas seis da matina, ao topo do “Horton Plains”, num percurso de nove quilómetros. Classificado como património da Humanidade, é um dos mais emblemáticos parques naturais do país. A paisagem é de cortar a respiração, e está repleto de pássaros e de veados. Ver o nascer do sol e o dissipar das brumas no topo do “World´s End”, é um momento que vai ficar, para sempre, na nossa memória. O circuito não poderia ficar completo sem a realização daquela que é considerada a “mais bela linha de comboio do mundo”, que liga Nwara Ellya a Ella, pelas montanhas. Localizada a cerca de dois mil metros de altura, atravessa os antigos carris ingleses, e o bilhete custa, aproximadamente, cinquenta cêntimos. A viagem tem a duração de duas horas e meia, e o cenário, é digno de um filme, já que o comboio atravessa as plantações, permitindo observar o trabalho dos apanhadores de chá. Chegados a Ella, onde dormimos uma noite, ainda tivemos tempo para subir ao topo do Little Adam´s Peak, e visitar a Newburgh Green Tea Factory, onde nos foi explicado todo o processo de produção do chá, e dada oportunidade de experimentar e comprar o verdadeiro “green tea” de Ceilão.
(Little Adam´s Peak)
(Ella)
(Newburgh Green Tea Factory)
a minha cara metade, mas a melhor parte de mim.PS – Se procuram um destino em conta, seguro, com paisagens de cortar a respiração e experiências únicas, o Sri Lanka é, sem dúvida, o vosso destino. Palavra de #lobo.
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