Comer Pato em Pequim

Caros 5.75 leitores, ele há coisas do diabo. Faz hoje, precisamente, oito anos, que estava a comer, com o meu irmão, Pato em Pequim, e, curiosamente, tinha começado o mundial de futebol. Como se não bastasse, falava, ainda à pouco, com o meu primo R. que, por coincidência, também está na China, a almoçar, aleatoriamente, ao lado do Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto. Enfim, que coisa estranha. Voltando ao tema do nosso post, posso dizer-vos, que foi uma das melhores refeições da minha vida. Cozinhado, em terras do Oriente, pelo menos, desde do século XIV, para a mesa do Imperador, é confeccionado a partir de aves criadas, durante sessenta e cinco dias, especialmente para o efeito, cujo peso não deve ultrapassar os dois quilos e meio. Quando bem preparado, demora, ao todo, mais de vinte e quatro horas a ser cozinhado, e a cor acastanhada advém do molho feito à base de mel, com que é lacado.

Acompanhado por crepes, molho doce de feijão, rebentos de bambu, palitos de pepino, e, por vezes, outros vegetais, como nabo ou cenoura, o pato deve ser assado, no mínimo, durante uma hora, e é essencial que o pincelem constantemente, para que a pele fique tostada e crocante, e a carne tenra. Ditam os conceitos de frescura chineses que o corte seja feito, pelo cozinheiro, à frente dos comensais, e que a ave incluía a cabeça. 

À bom ocidental, pedimos uma dose para os dois, sem a consciência de que viria um pato inteiro para a mesa, o que nos obrigou a trazer as sobras em caixinhas, ou em taipau, como dizem os chineses. A textura sublime da carne, entrecortada pelo estaladiço da pele, é qualquer coisa do outro mundo, meus 5.75 leitores. Se forem a Pequim, não podem deixar de experimentar esta divinal iguaria, mas escolham bem o restaurante, para se certificarem de que comem o verdadeiro. Em 2010 foi muito barato. Pedimos várias entradas e sobremesas, e não me recordo de termos pago mais de dez ou doze euros pela refeição. A China é sem dúvida, um país maravilhoso, quer pela beleza das paisagens e dos monumentos, quer pela experiência gastronómica. Se tiverem oportunidade, rumem a Oriente, porque vão ficar siderados. Palavra de #lobo. 

PS- Repararam na classe dos telemóveis? 

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