“Aquele que nunca escalou a grande muralha, nunca será um verdadeiro homem”. Estas, foram as palavras do antigo líder chinês, Mao Tse Tung, e espelham a grandiosidade de umas das mais impressionantes maravilhas do mundo moderno. Desde criança, sempre sonhei em visitar este Monumento, e, quando o meu irmão esteve a trabalhar em Macau, não deixei passar a oportunidade. Construída entre 220 a. C. e 206 a. C., por Quin Shi Huang, primeiro Imperador da China, com o objectivo de proteger o país contra os ataques dos povos das estepes, nomeadamente os mongóis, a muralha possui 21 196 Km de cumprimento, numa extensão compreendida entre a região de Xīnjiāng, e a província de Liaoning, junto ao mar amarelo, passando pelo deserto de Gobi.
Tendo vivido diversas fases de construção, no século XV, durante a dinastia Ming, foi totalmente restaurada, para controlo dos mercadores da rota da seda, tendo adquirido o aspecto que hoje possui. Acredita-se que a obra custou a vida a mais de um milhão de pessoas, entre camponeses, soldados e prisioneiros, daí o mito de a argamassa que une as pedras ter sido produzida à base de ossos humanos triturados. No entanto, em 2009, investigadores chineses provaram que a tonalidade branca advém do arroz utilizado na sua preparação. Outro dos mitos famosos, criado em 1893, é o de ser a única estrutura terrestre observável a partir da lua. Sei que vou dar um desgosto a alguns leitores, mas não passa de uma lenda.
Apesar de, com o tempo, alguns troços terem desaparecido, a estrutura encontra-se bem preservada, podendo ser visitada a partir de seis pontos turísticos. Nós optámos pelo de Mùtiányù, localizado a 70 Km de Pequim. Renovado em 2008, estende-se ao longo de três quilómetros, recortados por vinte e seis torres de vigia, e dá-nos uma clara noção de como seria a grande muralha, no seu apogeu, durante a dinastia Ming. Pautado por subidas e descidas acentuadas, o passeio é maravilhoso, mas confesso que terminei com a língua de fora, sob o olhar reprovador do meu irmão. A popularidade desta zona deve-se, também, ao facto de ser a mais indicada para crianças e visitantes com mobilidade reduzida, que podem, por dez euros, observar a muralha a partir de um teleférico.
A entrada tem um custo de seis euros, e convém ir bem cedo, porque, naturalmente, está pejada de turistas. Apesar de existirem, por cerca de quinze euros, inúmeros tours, a partir da capital, optámos por gastar dois, e fazer a ligação de autocarro. Caso estejam interessados em saber, devem apanhar o bus nº 916, que parte do terminal de Dongzhimen, em Pequim, em direcção a Huairou, local, onde é necessário um segundo transporte até à muralha, numa viagem com um custo de noventa cêntimos, e uma duração de quinze minutos. Os transportes públicos chineses são excelentes, e muito baratos, pelo que, esta, é, sem dúvida, a melhor opção.
No entanto, para garantir que vai correr tudo bem, o melhor, mesmo, é levarem o Lonely Planet da China, que inclui todas as informações e preços actualizados. Acreditem, o que vão poupar ao longo da viagem, compensa o investimento no guia. A muralha da China, é o monumento mais impressionante que visitei nos dias da minha vida, e recomendo vivamente que o façam. Afinal, a vida é demasiado curta para dar tempo ao sofá. Palavra de #lobo.
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