Conhecer Pequim: Templo do Céu, Palácio de Verão, e Lama Temple

Tal como referi neste post, meus 5.75 leitores, Pequim é uma das minhas cidades preferidas da Ásia, pelo que vai continuar a ser tema, aqui no blog. Depois de vos ter apresentado alguns dos locais mais icónicos da capital chinesa, como a Grande Muralhaa  Cidade Proibida, a Praça de Tianmen, ou o Mausoléu de Mao Tsé-Tung, vamos prosseguir com outros pontos incontornáveis de visita, começando pelo “Templo do Céu”. 

Edificado em 1420, durante a Dinastia Ming, consiste num importante complexo de templos taoístas, onde os Imperadores chineses iam pedir intervenção celestial para o sucesso das colheitas. Actualmente, é considerado um dos mais importantes exemplos mundiais da beleza, e do requinte, da arquitectura chinesa, tendo sido classificado, em 1998, pela UNESCO, como Património da Humanidade. A “Sala da Oração pelas boas Colheitas”, é o mais imponente edifício do complexo, e, muito sinceramente, um dos mais espectaculares que vi, até hoje. Possuindo trinta metros de diâmetro por trinta e oito de altura, é o maior templo taoísta da China, não incluindo qualquer viga ou prego. A estrutura assenta em vinte e oito pilares de madeira, decorados com as cores imperiais, o que é absolutamente notável para uma construção destas dimensões. De acordo com a tradição, era este o local onde, por altura dos solstícios, o imperador faria três dias de jejum, honrava os antepassados, e pedia protecção divina, queimando paus de incenso. 

Na envolvente do templo, é possível contemplar inúmeras estruturas , demorando, a visita completa, cerca de três horas. A que mais me impressionou, foi o “Altar Circular”. Erigido em 1530, é uma construção aberta, rodeada por belíssimas varandas de mármore branco, com mais de 350 metros de cumprimento, dispostas em  três patamares, ligados por lances de nove degraus, o número chinês da sorte. Representando o céu e a terra, possui placas com o nome dos Imperadores das dinastias Ming e Quing, que organizaram cerimónias no interior do complexo. Por motivos religiosos, um dos aspectos mais relevantes desta construção é a acústica, uma vez que, se alguém sussurrar no centro do altar, o som é amplificado, e propaga-se por toda a envolvente. Para além das funções votivas, o “Templo do Céu” é, também, um local muito popular para praticar Tai Chi ou tirar fotos de casamento. Em terras do Oriente, é normal que, antes de darem o nó, o noivo e a noiva vistam o traje, e tirem fotos para oferecer aos convidados no dia da cerimónia. Por isso, quando visitarem a China, é perfeitamente comum observarem cenas como a da foto. Por tudo isto, este, é sem dúvida, um local de paragem obrigatória na capital chinesa, quer pela beleza monumental, quer pela paz e tranquilidade que se respira em toda a envolvente. 

Informações Úteis:

Morada: Tiantan Road, Dongcheng DistrictPequim 100050, China

Website: Site Oficial

Horário:  1 de Março a 30 de Junho: 08.00h – 17.30h; 1 de Julho a 31 de Outubro: 08.00h – 18.00h.

Preço da entrada: Quatro euros.

Outro dos principais pontos de interesse de Pequim é o “Palácio de Verão”. Designado, em mandarim, como Yiheyuan, que significa, literalmente, “Jardim da Harmonia Cultivada”, foi construído para que os imperadores pudessem descansar durante os meses quentes de Verão. Edificado em 1750, por iniciativa do Imperador Qianlong, num local idílico, por onde se estendiam, desde o século XIII, os famosos jardins imperiais, a “colina da longevidade”, encontra-se rodeado pela água do lago Kunming, e teve como inspiração o sexagésimo aniversário da rainha mãe. Inscrito, desde 1998, na lista de património mundial da UNESCO, a visita demora um dia inteiro, uma vez que o palácio é composto por um vasto complexo de construções, como templos, pontes, jardins e edifícios habitacionais, que se estendem ao longo de trezentos hectares. Posso dizer-vos, que o cenário é tão belo que parece saído de uma pintura. 

Num passado recente, o palácio foi alvo de dois grandes ataques, que o deixaram parcialmente destruído: O primeiro, no ano de 1860, pela armada anglo-francesa, durante a segunda guerra do ópio, e, o segundo, em 1900, no auge da rebelião dos boxes, um grupo de praticantes de artes marciais que se opunha à presença estrangeira no território. Felizmente, acabou por ser reconstruído em 1888 e 1902, respectivamente. 

A principal entrada é feita através do “longo corredor”, que nos leva à “Galeria da Longevidade e Benevolência”, onde podemos observar alguns dos animais míticos da religião chinesa, como o qílín, representado na foto, ser híbrido que só aparece em períodos de calma e prosperidade. Ao longo da visita, é possível admirar inúmeras construções budistas, como a “Pagoda do Incenso”, o “Templo do Mar e da Sabedoria”, ou a “Galeria das Nuvens”, ricamente decoradas com caracteres em mandarim, budas, e inúmeros elementos da mitologia oriental. Simplesmente de cortar a respiração. 

O passeio nas margens do lago é, igualmente, lindíssimo, sendo possível admirar o famoso barco em mármore, edificado durante a reconstrução de 1888, dinamizada pela imperatriz Cixi, que governou o país durante quarenta e seis anos, e diz-se ter sido uma das mais sanguinárias de toda a história da China, sendo responsável pela morta de doze milhões de pessoas. Nesta zona, durante os meses de Verão, é, também, permitido dar um passeio de barco, e observar, de perto, as seis pontes que ligam o lago Kunming ao rio  Jade, a mais famosa das quais a “Ponte Cinto de Jade”.

Visitar o “Palácio de Verão”, para além de uma experiência única, é mergulhar no âmago dos últimos séculos da China imperial, nomeadamente no reinado da imperatriz Cixi, responsável, em 1888,  não só pela sua reconstrução, mas, também, pelo inicio da queda do Império. 

Informações Úteis:

Morada: No.19 Xinjian Gongmen Road, Haidian DistrictPequim 100084, China

Website: Site Oficial

Horário:  1 de Março– 30 de Junho: 06.30h – 20.00h;  1 de Julho  – 31 de Outubro: 06.00h – 20.00h.

Preço da entrada: Dois euros.

Ainda sobre Pequim, quem gosta de templos budistas e de edifícios absolutamente espectaculares não pode deixar de visitar o “Tempos dos Lamas” ou “Templo Youghe”. Conhecido como o maior, e mais importante, mosteiro dos monges tibetanos fora do Tibete, foi construído no ano de 1694, durante a dinastia Quing. A sua arquitectura conjuga, na perfeição, as influências chinesas, tibetanas e mongóis, dispondo-se o complexo ao longo de 480 metros. 

Pessoalmente, fiquei maravilhada com os telhados, os arcos, as estátuas, e a delicadeza das pinturas das fachadas dos cinco edifícios que compõe o templo. De todos, um dos mais famosos é o templo “Wanfuge”, que inclui, no seu interior, uma estátua de Buda, na sua forma tibetana. Com dezoito metros de altura, terá sido esculpida, entre 1748 e 1750, a partir de uma única peça de madeira de sândalo, tendo entrado, no ano de 1990, no livro de recordes do Guiness. Como não deixam usar flash, as fotos que tentei tirar não ficaram boas, mas podem ver a imagem da escultura aqui

Por ser um local de culto, que acolhe, actualmente, um grupo de monges budistas mongóis, que dedicam os seus dias ao estudo da astronomia e da medicina, está, durante o dia, repleto de crentes, a rezar e a queimar incenso, o que lhe dá um ambiente único, e faz com que este não seja, apenas, mais um templo,mas sim, um verdadeiro local de fé e meditação.

Informações Úteis:

Morada: No.12 Yonghegong Street, Beixinqiao, Dongcheng DistrictBeijing 100007, China

Website: Site Oficial

Horário: Março– Novembro: 09.00h – 16.30h;  Abril  –  Outubro: 09.00h – 16.00h.

Preço da entrada: Três euros.

A nossa visita por Pequim não está terminada, e, quem ainda não teve oportunidade, não esqueça de ler esta publicação, sobre a primeira parte do roteiro recomendado de visita pela capital chinesa, e pela Grande Muralha da China.

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