Sobre as traições na Casa [sem] Segredos

Sinceramente, entrei naquela fase em
que dou por mim a repetir [mais vezes do que queria], que já nada me choca. Que vi um
bocadinho de tudo nesta vida e blá, blá, blá. No entanto, no que toca ao “Secret
Story” confesso que ainda fico escandalizada com algumas coisas que observo.
Nomeadamente a forma como o tema “traição” é tratado pela produção do programa.
A subversão, a especulação, a falta de respeito pela intimidade de quem está cá
fora, e nada tem a ver com aquela “pantominice”, que não o azar de se ter
relacionado com a pessoa errada. Enfim, assustador. E quando não conseguem a participação
dos “traídos”, inventam. A cena de colocarem os falsos namorados da Liliana e
do Daniel em estúdio, passou todo e qualquer limite do aceitável. Foi um show bizarro,
absurdo e, em última analise, desumano. Ainda ninguém se questionou como é que
duas pessoas comuns, com uma vida normal, se devem sentir ao ver os seus
sentimentos expostos à frente de dez milhões de tugas, ainda para mais, de
forma tão agressiva? Excede todo e qualquer limite do aceitável. De uma forma
ou de outra, já toda a gente foi enganado e traído.  Já toda a gente chorou, gritou, esperneou,
teve vontade de fazer mal a pessoas ou de se atirar de um penhasco. Por isso,
mesmo tendo em conta a natureza do programa, que eu, muito pessoalmente, e sem
merdas, vejo, deveria haver contenção. E respeito. Não me querendo armar em
beata moralista, estamos a passar por uma crise de valores, cujos melhores capítulos
passam em horário nobre como um jogo do Benfica. É triste, mas é verdade.
Depois de tudo o que tem acontecido, questiono-me o que vão inventar a seguir. Colocar
as falsas ex-sogras a falar com o Daniel e a Liliana e a dar-lhes um sermão à
moda antiga? Pensado nisso, até ia ser divertido. Ou isso ou um show de
variedades com anões e póneis. Fica a sugestão. 

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