Caros 5.75 leitores, como sabem, (se não sabem, deviam saber), fiz anos há pouco tempo, e, um dos presentes que recebi, foi um fim de semana romântico em Évora. E, é claro, que não perdemos a oportunidade para ir de mota, meio de transporte que adoramos. A primeira paragem, como não podia deixar de ser, foi nas famosas bifanas de Vendas Novas, no café “O´Silva”, que estavam mesmo no ponto. Apesar de não ser grande fã de carne de porco, devo confessar que não dispenso as melhores bifanas do país, super tenras, e “aquele” molho, cuja receita deve estar no segredo dos deuses.
Com o estômago quente, e um radioso dia de sol pela frente, seguimos para Montemor-o-Novo, com o seu Castelo medieval único, e uma paisagem de cortar a respiração. Confesso que o Alentejo tem um lugar especial no meu coração. Talvez porque, durante a licenciatura, participei em inúmeras escavações arqueológicas nesta região do país, e, desde então, não perco uma oportunidade para voltar. Foi a primeira vez que estive em Montemor, e fiquei maravilhada com a magia do lugar.
Uma vez que seguimos pela nacional, para desfrutar da paisagem, pelo que demorámos mais tempo, chegámos ao famoso cromeleque dos Almendres, ao final da tarde. Construído, algures, a partir do VI milénio A. C., é, hoje, um dos mais emblemáticos sítios em Portugal, associados às práticas votivas das primeiras comunidades de agricultores-pastores. Situado no meio de uma herdade lindíssima, onde vacas pachorrentas vigiam a heranças dos nossos antepassados, vale a pena o desvio pela estrada de pó, até porque é um local único na Península Ibérica. Aproveitei a oportunidade, e fiz umas filmagens espectaculares com a Go Pro, que vou partilhar convosco no próximo vídeo do Youtube.
Após uma rápida passagem por Évora, fomos directos para o Monte da Serralheira, situado a cinco minutos da cidade, onde fizemos check in. Gerido por um casal de holandeses, o sítio é incrível, composto por pequenos apartamentos térreos, situados junto a um jardim lindíssimo, e a uma piscina de sonho. Os donos são de uma simpatia extrema, e, à nossa volta, respira-se ar puro. Adorei os rafaeiros alentejanos, e os cavalos, que nos ajudam a sentir que estamos, verdadeiramente, no campo.
Em relação, ao nosso destino: Évora, o que mais haverá a dizer? É uma cidade mágica, que, ao contrário de Lisboa, não foi afectada pelo terramoto de 1755, pelo que mantém a traça original. Já lá tinha estado de passagem, mas foi a primeira vez que consegui fazer o site seeing, com tempo. Tivemos um jantar épico num restaurante do qual vos vou falar, em breve, numa review, onde não faltaram as típicas migas, e a tão alentejana sericaia. Visitámos o renovado, e incrível, Convento de São Francisco, e respectiva Capela dos Ossos, e andámos pelo centro histórico, classificado, pela UNESCO, como património da humanidade. A praça do Giraldo, o templo de Diana, a Sé Catedral, as ruas e ruelas, ainda de traça medieval, são alguns dos pontos imperdíveis, neste local incrível, repleto de recantos únicos.
Na viagem de regresso, fizemos uma incursão pelos monumentos megalíticos alentejanos. A Anta Grande do Zambujeiro, a maior da península Ibérica, o menir solitário, o povoado do Alto de S. Bento, e as antas transformadas em capelas, são alguns dos pontos de paragem obrigatória, em que, a mobilidade da mota, nos dá uma grande ajuda, não só para chegar aos sítios, mas, também, para apreciar a paisagem. Nesta altura do ano, a planície alentejana está lindíssima, repleta de flores primaveris e de cegonhas, pelo que, a viagem vale a pena, nem que seja, somente, para passear pelo campo. No caminho de regresso, consultámos o nosso amigo Tripadvisor, e parámos, em Arraiolos, não só para visitar o Castelo, mas, também, para almoçar. Tivemos a sorte de encontrar um restaurante com inúmeras especialidades locais, como o presunto pata negra, acabadinho de cortar, o cabrito no forno, e famoso morgadinho, uma deliciosa bomba calórica, confeccionada à base de gemas de ovo. Escusado será dizer que a comida estava divinal, e que chegámos a casa, ainda, a rebolar. O fim de semana foi para lá de incrível, e, de carro, ou de mota, se não conhecem a região, visitem, porque é possível fazer uma saída muito em conta (cerca de 80 euros por pessoa, com tudo incluído, no caso da mota. De carro, ultrapassará os cem), e a experiência, é como o nosso Alentejo: Incrível. Palavra de #lobo.
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Adorei a “foto-reportagem”, no entanto, permita-me corrigir, que no regresso passaram por Arraiolos e não por Aljezur ;)!
Beijinho
Ahh, tem toda a razão. Vou corrigir. Muito obrigada 🙂