Diário do Flétchi (deve lê-se assim) – I

“- Não achas que é altura de comprar casa? – dizia-me a minha mãe.

– Comprar casa, eu porquê? Estás farta de me aturar? – Por acaso até estou, mas não é esse o ponto. É que vais fazer 30 anos e esta é a oportunidade da tua vida.”
E foi assim, mais ao menos contrariada, que me dirigi ao empreiteiro para escolher a minha futura habitação. Em 30 apartamentos, somente 4 estavam disponíveis.
Após uma vista de olhos pelas plantas, não tive dúvidas: o T3 no último andar (o 6.º), com uma vista brutal sobre a baía de Sesimbra, paredes de vidro, e uma varanda circular do cumprimento da casa, estaria ligado a mim para os próximos 40 anos.
A nossa relação foi iniciada com algum distanciamento, que terminou no dia em que a Dona A., me informou que estavam no limite dos limites para aplicar os revestimentos dos WCs e da cozinha, e eu já tinha ultrapassado todos os prazos.
– E então, já sabes o que vais comprar? Not a clue. Não faço a menor ideia, e, ou escolho qualquer coisa, ou eles põe o que estava pré definido.
– Nesse caso, está na altura de te começares a interessar pela casa.

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