Crónicas do gajo sozinho

Ontem, pela primeira vez em 2015, foi feita uma refeição quente cá
em casa que não sopa ou bolos. Nomeadamente uma sofisticadíssima carne picada
com esparguete. Enquanto comia, caiu-me a ficha: Após o corrupio do mês de Dezembro,
em que este lar pareceu a “cantina da Lisnave”, nunca mais me dei ao trabalho
de cozinhar. Habitualmente, chego do ginásio como sopa ou cereais e está
espetacular. Porquê? Porque estou cansada e não me apetece fazer nenhum. É
justificação mais do que suficiente. Mas não pensem que passo fome. Todos os dias
vou almoçar com os meus pais e eles alimentam-me. Só que, com o intensificar dos
treinos, não é o suficiente. Por isso, tomei uma decisão: Hoje vou ao
supermercado abastecer o congelador para voltar à rotina dos jantares. Tenho
que dar à preguiça um tratamento de choque. Às vezes apetece-me MESMO um bife
com batatas fritas ou um caril de gambas, mas acabo a jantar uma taça de
cereais. E não é por falta de jeito para cozinha. É por pura
falta de vontade. Já tentei, no Ebay, comprar as tabletes que os astronautas
comem na lua, mas não havia. Por isso estou lixada: vou ter mesmo que cozinhar. A alternativa é ficar rica e contratar um Chef francês.
Talvez seja uma opção mais realista. 

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