Caros 5.75 leitores: As carências da “raça” humana fazem-me confusão. Há quem tenha falta de honestidade, de sinceridade e de carácter. E, depois, há quem tenha fome. Quanto a mim, em relação às primeiras, nada há a fazer, até porque as pessoas não mudam. Com sorte, “dão um tempo”, mas, passado algum tempo, acabam por voltar ao mesmo. No entanto, em relação ao combate à fome, todos podemos fazer a diferença. Desde criança, que sempre achei absurda a quantidade de comida que se deixa nos restaurantes, para acabar no lixo. Ou é porque o menino não gosta do bife, e manda-o para dentro, ou porque, simplesmente, as doses são demasiado grandes para uma só refeição. Em 2010, quando estive, pela primeira vez, na China, o meu irmão, na altura a trabalhar em Macau, explicou-me que, por aqueles lados, nada se desperdiça: A comida que fica no prato, é levada em caixinhas para casa. É só dizer “Taipau”, que os empregados embalam-na, de imediato. Faz parte da cultura Oriental. Quando regressei a Portugal, tentei explicar aos meus amigos e familiares que desperdiçar comida é errado. Moral, económica, e ambientalmente falando. As sobras do restaurante deveriam ser levadas e consumidas em casa, ou dadas a quem precisa. Muitos, replicaram que tinham vergonha, que “parecia mal”, e que não precisavam. Depois, veio a crise, e este hábito começou a ganhar adeptos. Confesso que, entretanto, nunca mais pensei no assunto, até porque, em geral, os meus pais, amigos e familiares, não são dados a desperdícios. No entanto, ao ler este artigo, a questão voltou a assaltar-me o espírito. É por isso, que venho lançar o apelo, meus 5.75 leitores: Não desperdicem comida. Sigam os conselhos da Associação Sistema Terrestre Sustentável, Zero: Peçam para embalar as sobras do restaurante, e levem-na para casa. Percam a vergonha, sim? Por vocês, pelos que precisam, por todos nós, pelo Ambiente. Estamos entendidos?
Foto: BBC
