Não se conhece, verdadeiramente, a China sem visitarmos um dos mais famosos sítios arqueológicos do mundo: O exército, em terracota, do primeiro Imperador: Qin Shi Huang, com o respectivo Museu. Datado de 246 a. C., acredita-se ter levado trinta e oito anos a concluir, e implicado o trabalho de 700 mil artesãos. Composto por mais de oito mil soldados, 130 carruagens, e 670 cavalos, esculpidos em tamanho real, é apelidado pelos chineses de “a oitava maravilha do mundo”, e, diga-se de passagem, com toda a justiça. Identificados, acidentalmente, em 1974, pelo senhor da foto, durante trabalhos agrícolas, encontram-se expostos em três grandes pavilhões cobertos, tendo sido depostos, originalmente, em posição de batalha, virados a Este.
Classificadas, pela UNESCO, como património da Humanidade, uma das particularidades mais emblemáticos das esculturas é que não existem duas iguais, tendo sido elaboradas à semelhança de cada soldado do Imperador. O tamanho varia de acordo com a patente, sendo as figuras dos generais as de maior dimensão. Segundo a tradição, Qin Shi Huang, também responsável pelo construção da Grande Muralha da China , esperava continuar o seu reinado após a morte, pelo que, para além dos soldados, fez-se acompanhar por figuras de bailarinos, músicos, funcionários e outros elementos da corte. Durante a visita, é possível observar um filme super didáctico, que explica, de forma brilhante, as técnicas empregues no fabrico dos guerreiros, que se acredita serem as mesmas empregues na produção dos tubos de drenagem da época.
Quase tão impressionantes como as figuras, são as carruagens e os cavalos em bronze, bem como as armas, ricamente trabalhadas. No momento da descoberta, as imagens encontravam-se pintadas. Contudo, após alguns anos de exposição ao ar, a maior parte do pigmento acabou por desaparecer. Originalmente, o exército encontrava-se coberto por estruturas de madeira, tendo sido implantado, junto ao túmulo do Imperador, uma espécie de pirâmide de terra, com mais de quarenta e sete metros de altura, e dois Km de área, que ainda não foi escavada, por se considerar que a arqueologia não é, ainda, uma ciência suficientemente desenvolvida. De acordo com as crónicas da época, o tesouro deposto era imenso, incluindo uma réplica do mundo em pedras preciosas, em que os mares eram representados por mercúrio. No entanto, logo após a morte do Imperador, a estrutura foi saqueada, e parte do exército incendiado pelo general revoltoso, XIang Yu.
A visita ao complexo arqueológico dos guerreiros de terracota, foi uma das melhores experiências, em viagem, da minha vida, sendo um dos locais a “ver antes de morrer”. Apesar de se situar a uma hora, de carro, de Xī’ān, os transportes públicos são óptimos, custando o bilhete cerca de um euro. Este é, também o local indicado para os amantes de jaspe puderem fazer compras sem serem enganados, já que o Museu inclui uma loja com produtos certificados. Caso tenham oportunidade de visitar a China, não deixem escapar os guerreiros, porque, tal como dizem os chineses, são, mesmo, a oitava maravilha do mundo. Palavra de #lobo.
Informações Úteis:
Morada: Qinling North Road, Lintong
Website: Tripadvisor.
Horário: 08:30 – 17.30h.
Preço da entrada: Dezoito euros.