Certamente que todos vós já ouviram, vezes sem conta, estórias sobre a ingestão de insectos em países asiáticos, nomeadamente na China. De facto, quando se ruma a Oriente, é impossível não sentirmos curiosidade em relação à forma como estes são cozinhados, e, se, realmente, será verdade, ou não. Hoje em dia, a informação global, ajuda, um pouco, a desfazer estes verdadeiros “mitos urbanos”, pelo que, é certo, e sabido, que, apesar de não se encontrarem disponíveis na maior parte dos restaurantes, na China, nomeadamente em Pequim, é possível encontrar pratos preparados à base de diversas espécies de insectos. Um dos locais mais populares para degustar este tipo de “iguaria” era, até 2016, ano em que encerrou, por falta de condições sanitárias, o Donghuamen Night Market, cujo menu incluía espetadas de centopeia, escorpião, besouro, baratas, ou minhocas, tendo-se tornado num dos locais mais frequentados por turistas, em toda a cidade.
Eu e o meu querido irmão, visitámos este mercado em 2010, e, apesar de termos consciência, que a maior parte dos chineses não come insectos, e que era um cenário montado (literalmente) “para inglês ver”, não resistimos, e acabámos por ir. Naturalmente, que, num primeiro impulso, é tentador provar, nem que seja pela experiência, e para ter uma boa história para contar aos amigos. Mas, lá no fundo, no fundo, somos demasiados ocidentais para o fazer, e a sensação de nojo e de repulsa, são incontornáveis. Na verdade esta é, meramente, uma questão cultural, já que, aparentemente, a ingestão deste tipo de proteína será o futuro da sustentabilidade do planeta. Após o encerramento do Donghuamen Night Market, ingerir insectos em Pequim, ficou um pouco mais difícil. No entanto, caso tenham muita vontade de experimentar, perguntem nos mercados, que são capazes de ter sorte. Depois, não se esqueçam de partilhar a experiência, e bom apetite.