Should Auschwitz be left to decay?

Num momento em que se comemora o dia internacional em honra das vítimas do holocausto, gerou-se uma polémica sobre se os campos de concentração de Ausschwitz e de Birknau se devem manter preservados, para que a memória se perpetue materialmente naqueles espaços, ou se os mesmo deverão ser votados ao abandono e perecer à mercê das vicissitudes naturais, como forma de honrar todas as suas vítimas.

Já tive a oportunidade de visitar os dois campos de concentração, e posso afirmar peremptoriamente que o que se sente naqueles locais jamais poderá ser equiparável ao conhecimento da melhor das publicações. Aprende-se muito mais em duas horas de visita do que num ano todo de história geral contemporânea.

A visita a Aushwitz não é chocante, nem dá margem a histerismos. É muito mais profunda do que isso. É como levar um saco às costas e, à medida que o tempo vai passando, este vai-se enchendo de pequenas pedras, até as nossas esforças se esgotarem.

Auschwitz é um espaço vivo. Nele pereceram 1,5 milhões de pessoas. A dor, a morte, a loucura, o sofrimento, estão impregnadas em cada esquina, em cada tijolo. As imagens de algumas vítimas estão expostas nas paredes. O medo, a incerteza, o vazio, encontram-se espelhados em cada rosto, que se crava na nossa alma como um sinal.

E é exactamente como um sinal que Auschwitz deve ser lembrado. Como diz o painel introdutório da visita:

“Those who forget the past are condemned to repeat it.” – George Santayana.

(Foto: Wolf at the Door)

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