Team Building: Coesão do espírito do grupo, ou uma excelente oportunidade para se tornar um Serial Killer?

Digam lá, meus 5.75 leitores, se já
não tinham saudades de mais uma crónica [jocosa], do vosso amigo Lobo? Desta feita, o
tema escolhido foi um conceito que sempre me intrigou: o Team Building. Geralmente conhecido por um conjunto de atividades, normalmente
feitas ao ar livre, com o objetivo de consolidar o “espírito de grupo”, é o cenário ideal para esconder uma das realidades mais obscuras
do mundo empresarial: criar a oportunidade perfeita para assassinar, ou ferir
gravemente, o chefe e/ou aquele coleguinha “lambe cús”, sem ninguém dar por
isso.
E passo a explicar os fundamentos
desta minha fantástica e espetacular teoria com o caso prático do painteball, esse épico clássico do Team Building. Nunca vos pareceu suspeito que “alguém”, na plena posse das
suas faculdades mentais, colocasse armas, ainda que carregadas “apenas” com
bolinhas de tinta, nas mãos de pessoas que se odeiam? Esta estória a mim nunca me enganou. [Aliás, tenho para mim
que boa parte dos desaparecimentos em Portugal seriam resolvidos se escavassem
as imediações dos complexos deste desporto]. Um dos melhores exemplos que já
ouvi foi a de um chefe que decidiu “unir” a sua equipa, convidando-a [ou,
antes, intimando-a] a
participar numa sessão desta bonita modalidade, para que ficassem todos mais
“amiguinhos”, dessem as mãos e cantassem uma canção. Tendo por cenário a II
Guerra Mundial, nomeadamente o “Dia D”, rapidamente, parte do grupo concebeu uma
estratégia, a meu ver bastante óbvia: juntarem-se todos para exterminar o Chefe. Rastejaram
sorrateiramente entre as moitas, e, quando se preparavam para atacar, foram fuzilados pela restante equipa, que se havia escondido e deixado o Boss como isco. Escusado será dizer que o tiro lhes saiu [literalmente] pela culatra. Moral da História: Por mais que se tente
lixar o Chefe, há sempre uma cambada de “lambe cús” sem ética, capazes de
vender a mãe a troco de alpinismo profissional.
Outra estória muito interessante que ouvi a este propósito, foi a de uma
despedida de solteiro, que incluiu uma sessão de painteball no Castelo de Almourol, em que a intenção era promover a
proximidade entre os amigos do noivo. Antes do jogo, formaram-se duas
fações: os amigos de infância, e os colegas de trabalho lá da consultora. Estes
últimos passaram o tempo todo a falar de temas tão interessantes como: consulting; outsourcing; despeding, facturing; encorning, [entre outros conceitos abordados neste Sketch dos Gato Fedorento],
relegando os “amigos de infância” para segundo plano. Quando chegou a hora dos
tiros, um dos amiguinhos dos tempos da creche, correu desalmadamente até ao topo do
Castelo e, um a um, fuzilou os tipos do consulting,
que ficaram cheios de nódoas negras. Escusado será dizer que as graçolas mudaram de lado, e que, no dia seguinte, a bazófia foi trocada por um almofading no seating da Deloitte.
Atentem no conselho do amigo Lobo: “Na
próxima vez que participarem numa atividade de Team Building façam um seguro de vida. Mas um seguro de vida bem
gordinho. É que o vosso sacrifício pode deixar alguém bem na vida [e com a oportunidade de “varrer” as lojas da Avenida da Liberdade como se não houvesse
amanhã. É a viding]”. 

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