Lobo e a Parola da Terrinha

O Blog do Lobo não recebe só comentários
imbecis. Felizmente, e como podem ler ao longo dos posts, também existem observações simpáticas, com sugestões
construtivas, e, sobretudo: não insultuosas. No entanto, continuo a receber algumas pouco educadas. Às vezes tenho dificuldade em entender como é
que se consegue destilar tanto veneno por alguém que não se conhece e que nem
sequer é figura pública. Ultimamente uma das tónicas mais recorrentes tem sido
chamarem-me “Parola da Terrinha”. E sabem porquê? Porque já perceberam que não vivo em Lisboa, a
grande capital deste falido Império. Isso sim, é ser cosmopolita e “moderno”. Acho
curioso que estas pessoas tenham um universo tão limitado. Se acreditam que a
civilização começa e termina no barulho, na poluição e na agitação citadinas,
estão enganadas. Muito enganadas. Claro que viver em Lisboa tem as suas vantagens,
está-se perto dos melhores eventos, dá para sair à noite e voltar de táxi,
aliás, nem sequer vou discutir isso. É uma questão de gosto. Mas para mim não
dá. Nem quando estudei na Clássica me quis mudar. Apesar da insistência dos
meus pais, preferi enfrentar, durante quatro longos anos, o terror dos
transportes públicos, do que o cinzento da cidade. Nunca trocaria a qualidade
de vida que tenho em Sesimbra, a 35 Km da capital, por nada deste mundo. Estou suficientemente
perto para ir a um concerto, jantar fora, ir ao Lux. E suficientemente longe
para viver num sitio paradisíaco com uma qualidade de vida muito acima da
média. Praia, ar puro, um ambiente saudável, segurança, bom peixe, beleza natural, monumentalidade, proximidade e simpatia, sobejam por estes lados. E são essenciais para a minha felicidade. Não quero viver num prédio gigante em que as pessoas não se conhecem, nem dormem com receio de ser assaltadas. Não quero estar no sitio em que sair à rua significa entrar na “confusão geral”, com trânsito caótico e ruído. Agora, não sou intelectualmente menos evoluída por isso, nem tenho os meus gostos influenciados. Antes pelo contrario. O bom ambiente favorece-me a mente [rimou e é verdade].
Começo acreditar que a poluição derreteu os neurónios de algumas pessoas. Por isso, perdem tanto tempo a debitar inutilidades. Espero que tenham entendido. Adorava, com esse “modernismo” todo, ver-vos  a fazer algo construtivo, evoluído, à altura de tão brilhantes e sofisticadas alminhas. Depois contem-me, a ver se aprendo alguma coisa. E, já agora, parola é a vovozinha. Tenham um dia feliz. 

Deixa um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

*