…
ouvem-se coisas bizarríssimas. Hoje levei o meu Gugu à última consulta de
rotina do pós-operatório. E, só para que conste, está completamente recuperado
e já engordou quase um 1kg. Enquanto esperava pela minha vez, não pude deixar
de ouvir a conversa de um casal, cuja cadelinha, de porte mini, tinha sido
atropelada por um carro. A pobre tinha a bacia partida, e a discussão girava em
torno da conta do veterinário e da suposta culpa do condutor. O dono estava
indignado. Dizia que não valia a pena operar o pobre bicho porque o animal “não
tinha arranjo”, e que a culpa era do condutor. “Minha é que não é”,
esbracejava. Enquanto isso, a esposa tentou explicar-lhe, por A+B, que não era
bem assim porque a cachorra era tão pequena que era difícil vê-la através do
retrovisor. Que o melhor era deixa-la internada. “Pode ser que se salve”. Mas o
homem não se calava, e queria ir pedir contas ao condutor. Contei até dez.
Contei até cem. Contei até mil. Esgotei as vidas do “Candy Crush”, e o raio do
homem não se calava. Felizmente chegou a minha vez. Ou ia ter que me levantar e
explicar ao cavalheiro que, além de extremamente perigoso, é ilegal deixar animais sozinhos na via
pública. E que, se se continuasse a armar em parvo, ainda corria o risco de
ganhar o bónus de levar com uma queixazinha na GNR e de ser acusado por maus
tratos a animais e/ou negligencia. Isto, se tivesse sorte, porque ainda lhe podiam
obrigar a pagar os eventuais danos sofridos pelo carro.
ouvem-se coisas bizarríssimas. Hoje levei o meu Gugu à última consulta de
rotina do pós-operatório. E, só para que conste, está completamente recuperado
e já engordou quase um 1kg. Enquanto esperava pela minha vez, não pude deixar
de ouvir a conversa de um casal, cuja cadelinha, de porte mini, tinha sido
atropelada por um carro. A pobre tinha a bacia partida, e a discussão girava em
torno da conta do veterinário e da suposta culpa do condutor. O dono estava
indignado. Dizia que não valia a pena operar o pobre bicho porque o animal “não
tinha arranjo”, e que a culpa era do condutor. “Minha é que não é”,
esbracejava. Enquanto isso, a esposa tentou explicar-lhe, por A+B, que não era
bem assim porque a cachorra era tão pequena que era difícil vê-la através do
retrovisor. Que o melhor era deixa-la internada. “Pode ser que se salve”. Mas o
homem não se calava, e queria ir pedir contas ao condutor. Contei até dez.
Contei até cem. Contei até mil. Esgotei as vidas do “Candy Crush”, e o raio do
homem não se calava. Felizmente chegou a minha vez. Ou ia ter que me levantar e
explicar ao cavalheiro que, além de extremamente perigoso, é ilegal deixar animais sozinhos na via
pública. E que, se se continuasse a armar em parvo, ainda corria o risco de
ganhar o bónus de levar com uma queixazinha na GNR e de ser acusado por maus
tratos a animais e/ou negligencia. Isto, se tivesse sorte, porque ainda lhe podiam
obrigar a pagar os eventuais danos sofridos pelo carro.
Este
bonito diálogo não me sai da cabeça. Realmente, ele há gente muito atrasada. Como
é que em pleno XXI ainda se coloca em risco a vida dos animais de estimação e
de quem anda na estrada? Isto sem consciência de que é errado, ilegal e que, obviamente,
os donos podem, e devem, responder legalmente por isso. A lei mudou, mas as
mentalidades não. Que tristeza.
bonito diálogo não me sai da cabeça. Realmente, ele há gente muito atrasada. Como
é que em pleno XXI ainda se coloca em risco a vida dos animais de estimação e
de quem anda na estrada? Isto sem consciência de que é errado, ilegal e que, obviamente,
os donos podem, e devem, responder legalmente por isso. A lei mudou, mas as
mentalidades não. Que tristeza.